Vidas que merecem ser protegidas : violência sexual contra meninas, gênero e educação

dc.contributor.advisor1Gomes, Aguinaldo Rodrigues
dc.contributor.advisor1ID847.432.716-49pt_BR
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/3408519048864585pt_BR
dc.contributor.referee1Gomes, Aguinaldo Rodrigues
dc.contributor.referee1ID847.432.716-49pt_BR
dc.contributor.referee1Latteshttp://lattes.cnpq.br/3408519048864585pt_BR
dc.contributor.referee2Salgado, Raquel Gonçalves
dc.contributor.referee2ID001.646.567-90pt_BR
dc.contributor.referee2Latteshttp://lattes.cnpq.br/1165554868380123pt_BR
dc.contributor.referee3Sousa Neto, Miguel Rodrigues de
dc.contributor.referee3ID009.316.176-00pt_BR
dc.contributor.referee3Latteshttp://lattes.cnpq.br/1581653418017053pt_BR
dc.creatorBonfanti, Ana Letícia
dc.creator.ID021.173.701-10pt_BR
dc.creator.Latteshttp://lattes.cnpq.br/8299459258539196pt_BR
dc.date.accessioned2021-08-16T16:20:34Z
dc.date.accessioned2024-10-02T03:23:03Z
dc.date.available2019-03-12
dc.date.available2021-08-16T16:20:34Z
dc.date.available2024-10-02T03:23:03Z
dc.date.issued2019-02-25
dc.description.abstractThis research is about the phenomenon of sexual violence committed against girls understood from the gender hierarchies and subalternization of the subjects. This form of violence is legitimized in a patriarchal and excluding logic that maintains the power of the adult man over the other subjects. What I proposed as a strategy to understand sexual violence against girls was to investigate the conceptions of gender and childhood that put into action the device of sexuality and guide such acts of subalternization, violence and violation. For this, I turn to the theoretical-methodological fields of Feminist Epistemology, from the contributions of gender theorists: Judith Butler, Heleieth Saffioti, Donna Haraway and Guacira Lopes Louro, and microhistory, specifically in the analysis of criminal processes. This methodology is a form of investigation that uses the processes or inquiries as source of analyzes of the stereotypes, values, beliefs, and repetitions found in the testimonies. In this research, I analyze police investigations instituted in the Specialized Department of Defense of Women, Children, Teenagers and Elderly of Rondonópolis. A total of 358 police inquiries into crimes of rape committed by men against children and adolescents were conducted between 2010 and 2017, followed by the selection of 20 police inquiries into sexual violence committed against girls to conduct the research. From the documentary corpus analyzed, I report that most of the perpetrators are married heterosexual men and that they maintain affective-family ties with the victims and that, on the other hand, sexual violence affects mainly the girls in their childhood, between 8 and 11 years of age. age. Through the analysis of the testimonies of the girl victims, their relatives and their sexual aggressors, I show the established power relations, gender hierarchies, the process of objectification and abjection of the bodies of these girls, the subalternization of childhood and the logic of the adult being above the child and blaming the victims. The statements of the aggressors, when giving a speech to blame the girls, seek to affirm that, regardless of the age they have, they are no longer girls and are not legitimate victims that deserve to be protected. It was possible to conclude that these violence occur due to a gender device structured from the patriarchy rooted in Brazilian society. Finally, it shows that the very way in which Brazilian democracy is organized as a "machocracy" contributes and legitimizes the discourses of sexual aggressors and that there is a selectivity that determines who are the children and the lives that must be protected in a society "Machocrat". The lives of these girls are also violated through institutionalized practices that legitimize patriarchal ideals in the field of education and the justice system. While there is a conservative uprising of movements that want to curb and prohibit any debate on gender and sexuality in schools, the bodies of women, children and adolescents and the LGBTQI + population continue to be intensely violatede, raped and exterminated. It is urgent, fundamental and uncontested the need for us to construct a libertarian education and difference that no longer reproduces the gender and age hierarchies that have traditionally been constructed. For this, it is crucial that the training of teachers and educators contemplate the discussions on gender, sexuality and violence that have affected Brazilian children and teenagers.pt_BR
dc.description.resumoA pesquisa versa sobre o fenômeno da violência sexual cometida contra meninas compreendida a partir das hierarquizações de gênero e subalternização dos sujeitos. Esta forma de violência é legitimada em uma lógica patriarcal e excludente que mantem o poder do homem adulto sobre os demais sujeitos. O que propus como estratégia para compreender a violência sexual contra meninas foi investigar quais são as concepções de gênero e de infância que colocam em funcionamento o dispositivo da sexualidade e norteiam tais atos de subalternização, violência e violação. Para isso, recorro aos campos teóricos-metodológicos da Epistemologia Feminista, a partir das contribuições das teóricas de gênero: Judith Butler, Heleieth Saffioti, Donna Haraway e Guacira Lopes Louro, e da Micro-História, especificamente na análise dos processos-crime. Esta metodologia é uma forma de investigação que utiliza os processos ou inquéritos como fonte de análises dos estereótipos,valores, crenças, e repetições encontradas nos depoimentos. Nesta pesquisa, analiso inquéritos policiais instaurados na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança, Adolescente e Idoso de Rondonópolis. Foram localizados 358 inquéritos policiais de crimes de estupros cometidos por homens contra crianças e adolescentes no período compreendido entre 2010 e 2017, posteriormente, foram selecionados 20 inquéritos policiais de violência sexual cometida contra meninas para a realização da pesquisa. A partir do corpus documental analisado, denuncio que a maioria dos agressores são homens heterossexuais casados e que mantem vínculos afetivos-familiares com as vítimas e que por outro lado, a violência sexual atinge majoritariamente as meninas ainda na infância, dentre 8 e 11 anos de idade. Através das análises dos depoimentos das meninas- vítimas, de seus familiares e de seus agressores sexuais, evidencio as relações de poder estabelecidas, as hierarquizações de gênero, o processo de objetificação e abjetificação dos corpos dessas meninas, a subalternização da infância e a lógica do adultocentrismo e a culpabilização das vítimas. Os depoimentos dos agressores, ao darem corpo a um discurso de culpabilização das meninas, buscam afirmar que, a despeito da idade que elas tenham, elas não são mais meninas e que não são vítimas legítimas que mereçam ser protegidas. Foi possível concluir que essas violências ocorrem em função de um dispositivo de gênero estruturado a partir do patriarcado arraigado na sociedade brasileira. Por fim, demonstro que a própria forma como se organiza a democracia brasileira, como uma “machocracia”, contribui e legitima os discursos dos agressores sexuais e que há uma seletividade que determina quem são as crianças e as vidas que devem ser protegidas em uma sociedade “machocrata”. As vidas dessas meninas são violentadas também através de práticas institucionalizadas que legitimam o ideário patriarcal no âmbito da Educação e do sistema de justiça. Enquanto há um levante conservador de movimentos que querem coibir e proibir qualquer debate sobre gênero e sexualidade nas escolas, os corpos das mulheres, das crianças e dos adolescentes e da população LGBTQI+ continuam a ser intensamente violados, violentados e exterminados. É urgente, fundamental e incontestável a necessidade de que construamos uma educação libertária e da diferença que não mais reproduza as hierarquizações de gênero e etárias que tradicionalmente têm se construído. Para isso, é crucial que a formação dos professores e educadores contemple as discussões sobre gênero, sexualidade e violências que têm atingido as crianças e adolescentes brasileiras.pt_BR
dc.identifier.citationBONFANTI, Ana Letícia. Vidas que merecem ser protegidas: violência sexual contra meninas, gênero e educação. 2019. 114 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Rondonópolis, 2019.pt_BR
dc.identifier.urihttps://ri.ufr.edu.br/handle/123456789/12215
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Federal de Mato Grossopt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.departmentInstituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) – Rondonópolispt_BR
dc.publisher.initialsUFMT CUR - Rondonopólispt_BR
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Educação - Rondonópolispt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAOpt_BR
dc.subject.keywordViolência sexual contra meninaspt_BR
dc.subject.keywordGêneropt_BR
dc.subject.keywordEducaçãopt_BR
dc.subject.keyword2Sexual violence against girlspt_BR
dc.subject.keyword2Genderpt_BR
dc.subject.keyword2Educationpt_BR
dc.titleVidas que merecem ser protegidas : violência sexual contra meninas, gênero e educaçãopt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
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